Cap. 133
Augustus olha os cartazes, tentando se decidir, mas o prefeito resolve tomar as rédeas da narração: — Vamos começar com este aqui.
O cartaz amarelado apresenta a imagem de um homem com longos cabelos escuros e os dizeres: Procurado. “Murder Moe” Bufford (Moses Horace Bufford) por assassinato, roubo de trem, roubo a banco, duelos e roubo de cavalo. Indivíduo muito perigoso com 1,93 metros, 39 anos, olhos e longos cabelos marrons, sem barba ou bigode e com aproximadamente 110 quilos. Recompensa de quatro mil dólares.
— Ele já estava aqui quando cheguei. – explica McQueen, iniciando a história. — De acordo com os mexicanos, ele veio em meados de 1864, quando a cidade tinha outro xerife, Zebediah Simpson.
— O homem controlava a cidade na base da violência e ninguém ousava desafiá-lo desde que o antigo prefeito tentou e nunca mais foi visto.
— Zebediah era mestiço Comanche e se orgulhava dos escalpos que ostentava na parede da cadeia. Em uma cidade sem prefeito nem padre, ele era o chefe e o próprio Deus.
— Pelo que apurei, Murder Moe chegou à cidade e foi se alojar sem falar com ninguém. Quando o xerife ficou sabendo, resolveu mostrar que a cidade tinha dono e esse dono exigia respeito e reverência.
— Onde Murder Moe estava alojado? – interrompe, para variar, Augustus.
McQueen: — Na igreja. Ele chegou vestido como padre e foi se entocar na igreja. Talvez tenha matado o padre que estava vindo para cá e resolveu pegar o lugar dele. Ninguém sabe como ou por qual motivo ele veio para aqui.
— Acontece que ninguém sabia quem ele era. Os mexicanos, quando viram um novo padre entrando na igreja, correram para pedir auxílio, ajoelhando-se em frente à porta de entrada e rezando.
— O velho Zeb chegou lá e viu aquela gente toda de sua cidade ajoelhada para um sujeito que mal acabara de chegar e que nem teve a consideração de pedir sua permissão.
— Dizem que ele passou com o cavalo por cima do povo ajoelhado e chegou à igreja chutando a porta e intimando o novo padre a sair.
Augustus: — E o padre saiu?